sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dia 15 de Outubro. Professores, valorização e respeito para além da (justa) luta salarial.


A valorização do professor se estende muito além da justa luta de melhoria salarial. Vejo nessa data comemorativa vários motivos para reflexão.
O dia do Professor deve ser marcado por uma profunda onda reflexiva nos aspectos referente à formação, qualificação, valorização, vocação, motivação, condições de trabalho dentre outros. Para esse breve post, gostaria de deter-me no aspecto da valorização.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vigente (LDB 9394/96), a valorização do profissional da educação escolar constitui um dos princípios a partir dos quais o ensino será ministrado. Nesse contexto, gostaria apenas de questionar a distância entre a valorização do profissional da educação na prática (cotidiano) e o que está disposto nas legislações. Qual o valor atribuído a esse profissional, sobretudo os valores subjetivos? Como esse profissional é visto pela sociedade? O que seria esse valor?
Nós professores, por muitas vezes somos expostos a situações de constrangimento que, acredito, esteja também vinculado aos valores vigentes na constituição da nossa sociedade que, não obstante, estão pautados na valorização do aspecto material, em contraposição à banalização dos valores subjetivos/imateriais como o respeito. A nossa sociedade valoriza o supérfluo e banaliza os valores fundamentais da sociedade humana. Estamos submersos numa crise ampla dos valores humanos, como já afirmou Edgar Morin, numa crise societária.
O respeito como valor social deve estar presente nos discursos e na prática dos dirigentes estatais, nas instituições sociais, como a família, a igreja, e a própria escola, dentre outras. De fato, é uma questão complexa, no entanto, urge ação. O respeito deve ser ensinado, a falta de respeito, denunciada. Não se pode banalizar valores fundamentais para uma convivência propícia à construção de saberes. Necessitamos crer que o exemplo ensina, e que o respeito deve ser ensinado, vivido e disseminado em todas as relações sociais, vivificando os textos jurídicos.
Assim, a valorização é uma obrigação legal, que deve abarcar o aspecto imaterial, tão logo o respeito, sem prescindir das condições de trabalho, fundamentais para qualquer classe profissional.
Inevitavelmente a desvalorização e o desrespeito conduz a desmotivação. Nesse ambiente, existem condições para uma prática criativa? Existe criatividade gestada no desânimo e falta de perspectiva?
Diante dessa breve exposição, acredito que refletir sobre o respeito como valor intrínseco à prática do profissional da educação é uma questão de dignidade e de crescimento humano.

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